quinta-feira, 13 de junho de 2013

"SAUDADE" É UMA PALAVRA UNIVERSAL







Depois das celebrações sem brilho do Dia de Portugal, dos discursos redondos e ocos a verdadeira festa foi feita aqui na festa das comunidades no Porto.
Promovida pelo jornal VERIS e pela Associação para o Diálogo Multicultural, juntou, na Fundação António José de Almeida algumas centenas de novos portugueses vindos de países distantes e que aqui encontraram um porto seguro.
Ao assistir às manifestações culturais que foram desde a leitura de velhas lendas até às danças e canções em línguas estranhas mas que iam arrancando aqui e ali uma lágrima emotiva, tive a certeza de que Portugal é isto mesmo: uma encruzilhada de vidas, de línguas, de raças, de culturas e essa é a razão que nos fará reerguer novamente.
Fomos os primeiros globalizadores, os primeiros a tornarem o Mundo mais pequeno . Levávamos a cultura ,a religião e o idioma, mas nunca nos fechámos a trazer novas formas de viver, em nos misturarmos e criarmos novas raças, em sermos de facto e realmente cidadãos do Mundo.
Compreendi que a saudade pode ser sentida em várias cores e diversas línguas. Foi saudade o que ouvi nas vozes que cantavam melodias populares dos seus países. Saudade nas danças, na partilha de pratos regionais, nas histórias contadas.
A mesma saudade que levámos quando partimos para França e Alemanha , nos idos de 60 ou mais tarde quando embarcámos em caravelas rumo ao desconhecido. A saudade que acompanha os que hoje emigram porque a Pátria lhes nega um lugar e os empurra para lá das fronteiras, para longe das suas casas.
Portugueses são todos estes: os que aqui vivem  e aprenderam a amar o país que os acolheu e os outros, os  que levam viva a língua e as cores de Portugal para a diáspora.
Saudade é a outra palavra para definir Portugal. Mesmo quando se pronuncia com sotaques diferentes.


1 comentário:

  1. Saudade, foi o que senti qdo em idos de 70 fui, como muitos agora terão que ir... Mas fui com a certeza que viria, 5 a 6 anos mais tarde, para o porto seguro que era o pais que me viu nascer. Se por um lado, aconselho os meus alunos e os jovens que comigo se cruzam, a sair daqui, visto que não parece haver futuro para eles, sei que é uma decisão dificil, muito mais dificil que aquela que tomei, quando com 24 anos decidi ir estudar para Inglaterra, sim pq nessa altura tinha um compromisso para regressar. É dificil, mas provavelmente e infelizmente não há muitas opções. Serão mais umas gerações onde SAUDADE é a palavra de ordem. Foram os jovens que foram para a guerra nas décadas de 60 e 70. Foram os que tb nessas décadas partiram em busca de trabalho e se espalharam pelo mundo, e são agora os que vão ter que procurar sobreviver lá fora, "aconselhados" pelos seus governantes. A história repete-se!!!! Até quando??? Até nós, a geração mais velha, a geração dos seus pais disser JÀ CHEGA!

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