O caso da deputada Inês de Medeiros que recebe as ajudas de custo inerentes à sua condição de residente em Paris, põe na ordem do dia a necessidade imperiosa dos círculos uninominais.
Que empatia pode ter alguém que vive em Paris relativamente à realidade portuguesa?
Não basta ter uma morada em Lisboa para tomar o pulso ao sistema de saúde, à educação ou à justiça. Uma morada é, tão somente um endereço num velho envelope.
Pede-se aos deputados da República que sejam a voz dos seus eleitores. E só o poderão ser se ouvirem e conhecerem os donos dessas vozes que é suposto representarem e fazerem eco.
Este divórcio entre o representante parlamentar e os eleitores que, nem sabem quem elegeram, redunda numa total impunidade, que tem como consequência o tornar a política, não na causa pública que deveria, mas sim num emprego bem pago e inútil.
É urgente repensar-se a representação parlamentar sob pena de se subverter o principio da democracia.
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