Como a poesia não vende, vou partilhando-a com os meus amigos. Aqui vai, em homenagem aos que se tornaram jornalistas.
JORNALISTA
Escrevias,
“às vezes só por raiva”, dizias.
Mas escrevias sempre.
Na noite, quando tudo o mais
ficava em silêncio,
era a tua escrita que gritava e resistia.
Procurei as tuas notas na casa vazia.
Nem uma palavra
E ( vê tu!)
pareceu-me que tinhas morrido
e contigo as paredes,
os quadros,
a balalaika adormecida.
Só eu ainda respirava
o mesmo ar que te sufocava.
Sem comentários:
Enviar um comentário