... e iremos todos acabar cegos e desdentados!
A febre de que fomos tomados após o 11 de Setembro fez crescer em nós um medo irracional do que não conhecemos e toldou-nos a visão. Tornámo-nos intolerantes e completamente fechados em relação às realidades que não compreendemos e tomamos todas as lutas que nos são alheias e que de alguma forma aumentam-nos quer o medo quer a insegurança, como terrorismo.
Esquecemos que, não raras vezes, o terrorista de hoje é o herói de amanhã.
Tive oportunidade de passar nos territórios palestinianos em 2001 e o que vi fez-me perceber que, quando TUDO se perde, nada mais há a perder a não ser a vida e essa deixou de ter sentido, logo não tem valor.
Não que aceite a violência gratuita que arrasta inocentes. Não. Mas entendo que violência não é somente alguém que se faz explodir numa rua plena!
Violência é ver os nossos filhos não terem o que comer nem nós possibilidade de lho provermos. Violência é também ser tratado como infra humano, escravizado, mutilado, violado, dia após dia no silêncio, porque essa é uma violência que não chega aos media. Não nos choca porque não a vemos. Mas existe e faz fervilhar no espírito dos que a sofrem aquela outra: a que mancha de sangue os telejornais e nos põe a raiva á hora do jantar, como prato frio que vamos comendo até não perguntarmos mais o que é certo e errado.
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