Durante muitos anos ouvimos, displicentemente e até com uma dose de ironia, falar do perigo amarelo, alusão pouco velada, ao aumento de protagonismo da China no palco económico mundial.
Mas à medida que o Ocidente se desmoronava numa reprise dos idos tempos da queda do Império Romano, ambos traídos pelo enfraquecimento dos valores e dos costumes, da hecatombe da vida fácil, confortável e taked for granted , o perigo amarelo já não é ironicamente mencionado e estende os seus tentáculos económicos à área geopolítica, num claro avanço que preconiza o aparecimento dum novo império: o império do Sol Nascente.
No nosso país começa exactamente pela alusão directa ao sol: a energia de que dependemos vamos colocá-la COMPLETAMENTE na mão dos chineses.
Esclarecimento prévio: de economia percebo tanto como de lagares de azeite. Mas ao que parece estarei bem acompanhada, pelo que me atrevo a comentar este take over sobre o nosso sistema energético.
Aquando da aquisição da posição maioritária na EDP por parte dum grupo chinês, confesso que fiquei agradavelmente surpreendida pela estratégia económica do nosso governo. Duma cajadada matávamos uma série de coelhos: dizíamos não à Alemanha, que era uma das candidatas, estabelecíamos uma parceria altamente competitiva e externa á EU e embolsávamos uma soma considerável. Um belíssimo negócio, portanto.
Esperava eu na sequência desta estratégia , que a REN ( que para quem não sabe é a empresa que detém a rede de distribuição eléctrica) fosse parar a outras mãos por forma a não dar o ouro ao mesmo bandido. E aí a minha aposta era na empresa brasileira que se encontrava nessa corrida.
Eis senão quando sou confrontada com esse negócio da China ( literalmente. Para eles note-se!).
Não duvido que a curto prazo e nesta altura em que o sufoco de tesouraria estatal é enorme, se trate dum bom negócio. Embolsamos ( salvo seja, porque estou crer que nenhum de nós, comum mortal e contribuinte ad eternum vá ver um cêntimo sequer. Trata-se pois dum plural majestático e metafórico ) o dobro do que outros nos propunham, além de que ficamos com mais uns milhões para investimento etc, etc, etc e tal.
Mas o mal deste nosso país foi ter sempre vistas curtas! O que não deixa de ser um paradoxo, já que sendo um país com uma fronteira marítima que delimita mais de metade do território, seria previsível que o horizonte e mais além, fosse o limite. Mas não! Agora é assim e depois logo se vê!!
Como dizia a minha avó, os ovos nunca se devem colocar no mesmo saco não vá dar-se o caso dum piparote mais ou menos intencional transformar tudo em cascas .
Por isso, eu que nada sei de finanças ( mas que tenho biblioteca, ao contrário do que dizia Fernando Pessoa a propósito de Jesus Cristo ), temo bem que a longo prazo estejamos todos amarelos de remorso e a comer arroz á luz de candeeiros de Petromax.
Isto se nos portarmos bem!!
Mas à medida que o Ocidente se desmoronava numa reprise dos idos tempos da queda do Império Romano, ambos traídos pelo enfraquecimento dos valores e dos costumes, da hecatombe da vida fácil, confortável e taked for granted , o perigo amarelo já não é ironicamente mencionado e estende os seus tentáculos económicos à área geopolítica, num claro avanço que preconiza o aparecimento dum novo império: o império do Sol Nascente.
No nosso país começa exactamente pela alusão directa ao sol: a energia de que dependemos vamos colocá-la COMPLETAMENTE na mão dos chineses.
Esclarecimento prévio: de economia percebo tanto como de lagares de azeite. Mas ao que parece estarei bem acompanhada, pelo que me atrevo a comentar este take over sobre o nosso sistema energético.
Aquando da aquisição da posição maioritária na EDP por parte dum grupo chinês, confesso que fiquei agradavelmente surpreendida pela estratégia económica do nosso governo. Duma cajadada matávamos uma série de coelhos: dizíamos não à Alemanha, que era uma das candidatas, estabelecíamos uma parceria altamente competitiva e externa á EU e embolsávamos uma soma considerável. Um belíssimo negócio, portanto.
Esperava eu na sequência desta estratégia , que a REN ( que para quem não sabe é a empresa que detém a rede de distribuição eléctrica) fosse parar a outras mãos por forma a não dar o ouro ao mesmo bandido. E aí a minha aposta era na empresa brasileira que se encontrava nessa corrida.
Eis senão quando sou confrontada com esse negócio da China ( literalmente. Para eles note-se!).
Não duvido que a curto prazo e nesta altura em que o sufoco de tesouraria estatal é enorme, se trate dum bom negócio. Embolsamos ( salvo seja, porque estou crer que nenhum de nós, comum mortal e contribuinte ad eternum vá ver um cêntimo sequer. Trata-se pois dum plural majestático e metafórico ) o dobro do que outros nos propunham, além de que ficamos com mais uns milhões para investimento etc, etc, etc e tal.
Mas o mal deste nosso país foi ter sempre vistas curtas! O que não deixa de ser um paradoxo, já que sendo um país com uma fronteira marítima que delimita mais de metade do território, seria previsível que o horizonte e mais além, fosse o limite. Mas não! Agora é assim e depois logo se vê!!
Como dizia a minha avó, os ovos nunca se devem colocar no mesmo saco não vá dar-se o caso dum piparote mais ou menos intencional transformar tudo em cascas .
Por isso, eu que nada sei de finanças ( mas que tenho biblioteca, ao contrário do que dizia Fernando Pessoa a propósito de Jesus Cristo ), temo bem que a longo prazo estejamos todos amarelos de remorso e a comer arroz á luz de candeeiros de Petromax.
Isto se nos portarmos bem!!
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