As revoluções têm aroma?
Talvez não, se exceptuarmos o da pólvora nas situações mais graves.
Mas algumas têm nomes de flores. Flores com cheiros fortes, que inebriam e põem no coração uma esperança nova.
Aconteceu connosco e os cravos ( estão lembrados?).
Começou no final do ano passado em pleno Dezembro na Tunísia a Revolução do Jasmim, que agora parece propagar-se a vários países islâmicos.
Em comum, para além desta vontade de fazer desabrochar flores nas praças, todas estas revoluções têm como objectivo derrubar regimes ditatoriais, libertar povos oprimidos por décadas de despotismo mais ou menos tolerado pela comunidade internacional. A mesma que agora se congratula com os movimentos populares que exigem a devolução dos países aos seus cidadãos, à massa anónima que em muitos casos pereceu às mãos de ditadorzecos ambiciosos e sem escrúpulos.
O grande problema, que vem desde a Revolução Francesa, é que as revoluções têm sempre por detrás eminências pardas, protagonistas de bastidores que pretendem apenas subsistituir os ditadores depostos por si próprios.
Foi assim com a Revolução dos Cravos. Três décadas depois estamos a braços com a maior crise de valores, a maior corrupção instalada de que há memória. Em nome do povo, que mais não ordena.
Que resultará desta Revolução de Jasmim para além da recordação dum cheirinho a liberdade?
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