Estaremos de facto assim tão genuinamente chocados? Ou o que nos choca é o nosso papel, mesmo passivo, mesmo colateral nesta sociedade de números, de ter e haver, onde o Homem, deixou de ser a medida de todas as coisas e foi substituido por palavras de significados vazios e que não correm risco de nos atormentar a consciência como produtividade, dívida externa, emprego/desemprego, dinheiro, contas, carreira?
Há muito que somos uma sociedade contabilística que votou os seus idosos ao abandono em lares que , de onde em onde , são notícia por se revelarem verdadeiras antecâmaras de morte e que nos chocam uma vez mais. Somos uma sociedade que se esquece dos que já não produzem, empurrando-os para a mendiciddae e para a humilhação mais desumana, para o esquecimento, para as franjas do infra humano. E temos a coragem de nos sentir chocados? Temos a coragem de tentar encontrar culpados das situações que agora, como se fossem cogumelos, começam a surgir?
Há quanto tempo ( tanto tempo!!!) elas existem? Há quanto tempo nos deixámos de importar?
Não me sinto chocada, não. Sinto-me envergonhada. E com medo. Sim, porque no fim todos acabamos por morrer sozinhos.
Não precisa de ser na morte. Pode ser em vida mesmo... um azar e somos esquecidos pelos "amigos", que nos ignoram.
ResponderEliminarSim, desses que são amigos enquanto lhes podemos ser úteis ou lhes podemos dar alguma coisa...
Não precisa de ser na morte!
Fernanda
Tens razão. Mas aqui entre nós... também nos esquecemos às vezes! Eu pelo menos me penitencio.
ResponderEliminarBjoka e sê bem vinda