terça-feira, 28 de janeiro de 2020

DOS ZERO AOS CEM EM SEGUNDOS

Resultado de imagem para foto de Ana Gomes




Portugal é eximio em " produzir" virgens ofendidas!!!!

Não havia cão, gato , piriquito que não falasse dos negócios milionários de Isabel dos Santos . Mas à boca pequena , está visto, mantendo o " politicamente correcto".

Aliás creio que a par com a corrupção e a impunidade, o politicamente correcto é o grande cancro da sociedade actual. Chamar os bois pelos nomes e fazê-lo publicamente , é algo que se paga muito caro, quer pessoal quer profissionalmente.

Não simpatizo particularmente com a maneira de ser e de estar de Ana Gomes. Creio que, paradoxalmente, lhe falta alguma diplomacia.

E com isto não lhe nego nem a ombridade nem a coragem de dizer o que pensa e fazê-lo publicamente. Apenas creio que, sendo ela uma figura pública teria mais sucesso nas lutas que trava,  caso usasse outro tipo de estratégia, nunca deixando de ser politicamente incorrecta. É uma questão de estilo e cada um tem o seu.

Escrito  isto, pois é evidente que estava carregada de razão e que os que hoje lhe tecem loas são, em grande parte os que anteriormente a apelidavam de nomes pouco simpáticos envolvendo uma raça de cão também ele pouco afável, do partido socialista.

Somos especialistas em transformar bestas em bestiais em menos dum fósforo.

Ana Gomes é para muitos, incluindo eu própria, uma voz de consciência colectiva. Estridente  demais para o meu gosto, apontando a vários alvos ao mesmo tempo o que é sempre improdutivo, mas uma voz que, de facto, faz falta e que - está mais que provado!- convém ouvir.

Agora há que manter uma certa perspectiva analítica: Propôr a senhora para candidata à Presidência da República, desculpem mas é não ter noção do papel institucional que o cargo acarreta.

Não sou adepta incondicional do estilo Marcelo. Creio que a presidência espectáculo é perigosa porque acaba por embotar o eleitorado, levando-o a esquecer o real papel dum Presidente da República, que é bem mais do que uma figura familiar,  um pater familiae sempre disposto a um beijinho do doi-doi.

Aliás apoei publica e activamente a candidatura de Sampaio da Nóvoa e continuo a achar que seria um excelente presidente.

Naturalmente simpatizo com a ideia em abstrato, duma figura feminina na Presidência. Não por mera questão de género, mas porque acredito que há uma forma feminina,  muito particular de fazer e estar na política. Mas acima de qualquer outro pressuposto deverá sempre estar a meritocracia, a adequação da pessoa ao papel que terá que desempenhar.

Um ou uma PR tem que ter o bom senso de não cair no populismo mais primário, não enveredar pelo histerismo ou pela empatia vazia.

Num país onde os poderes do Presidente são limitados, é ainda mais dificil exercê-los, pois há que encontrar a justa medida das coisas, o equilibrio entre a relação com todos os outros poderes instituidos e o eleitorado. Ou seja não pode ser apenas um paladino ou porta voz dos cidadãos, nem tão pouco pode afastar-se dos seus deveres enquanto garante do regular funcionamento das instituições sem se imiscuir nelas mais do que o estritamente necessário.
Em síntese há que ter uma grande dose de senso comum ( que é o menos comum dos sensos como dizia a minha avó) aliada a uma clara noção  e sentido de Estado.

Por mais que me esforce não consigo ver Ana Gomes neste papel.

Não posso no entanto deixar de lamentar o seu afastamento da cena política.
Quem sabe se agora que passou a bestial não retornará.




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