Ainda no rescaldo do caso Relvas e de todo o anedotário, revolta e descrédito associados, fui ontem visitar um campus universitário.
Relativamente pequeno em termos do número de faculdades ( uma de Ciências Humanas e Sociais e outra de Ciências da Saúde ) é no entanto um imenso complexo de valências várias, integradas, organizadas e voltadas para a comunidade interna e externa.
Os edifícios principais onde se agrupam os serviços académicos , reitorias, gabinetes vários, são jóias do sec XVIII, recuperadas com o respeito devido ao belo mas funcionais. A Arte Nova em todo o seu esplendor, não pesa a quem trabalha rodeada de beleza.
Os edifícios adjacentes de traça moderna, são resultado do trabalho do curso de arquitectura ali ministrado e enquadram-se, sem qualquer “ choque” no conjunto.
O campus compreende três bibliotecas, uma por cada núcleo e área científica. Assim no corpo principal vamos encontrar, ao lado da cafetaria e do anfiteatro ao ar livre, a biblioteca de Ciências Sociais e Humanidades. Na Faculdade de Ciências da Saúde a biblioteca temática é ligeiramente menor. No Edifício das Clínicas está instalada a mais pequena das três mas que tem capacidade para setenta alunos e um espólio documental temático de várias centenas de livros para além do acesso directo e gratuito wireless ou por cabo, a bibliotecas virtuais.
O edifício principal alberga um Anfiteatro principal com 330 lugares onde a acústica pede meças à maior parte das salas de espectáculos .
Toda a universidade está voltada para a prática e como tal não faltam os estúdios de fotografia, televisão e rádio, uma mini agência de publicidade, uma redacção para apoio ao curso de Ciências de Comunicação. Mas os trabalhos não se querem meramente académicos e por isso todos eles têm uma finalidade concreta, seja a emissão de aulas à distância, algumas delas interactivas, seja a concepção e edição de livros, folhetos e cartazes necessários ao funcionamento da instituição, numa economia de escala que funciona como um relógio suíço!
Mas não tema quem ali recorre!!! Antes de actuarem na boca dos pacientes, os alunos são treinados em modelos altamente exactos.
Aliás estes modelos são constantes em todas as aulas práticas da área da saúde. Assim entrámos numa “enfermaria” onde em camas se encontram os “pacientes” sete ao todo, com diferentes “ idades” desde o recém-nascido até ao idoso. Todos os modelos têm nome, já que o trato humano também se aprende e aqui é-lhe dada uma grande importância.
Os laboratórios abundam, cada um com a sua valência especifica e equipados com o melhor da tecnologia.
No edifício das clínicas funciona o jardim escola para os filhos dos funcionários , professores e alunos. Um lugar aprazível com um jardim interno que quase nos faz desejar retornar à infância. O ginásio é um espaço polivalente onde se conjugam aulas práticas e onde o universo do campus pode fazer a sua ginástica .
Não vou falar da piscina, ou dos aparelhos para fisioterapia . Tão pouco vou referir as salas de apoio /consulta de psicologia, terapia de fala etc que funcionam não só como prática académica mas , com a noção clara e abrangente de ESCOLA, como serviço público fornecendo à comunidade envolvente um serviço onde as taxas moderadoras não se inflacionam. Até os fármacos do tipo aspirina e vitaminas fabricados nos laboratórios de farmácia, são depois distribuídos pelos bairros sociais.
É um belo campus, sim onde a palavra UNIVERSIDADE mantém o seu valor grandioso, longe dos holofotes da media e dos escândalos.
Ah, pensavam que era nalgum país do Norte da Europa? Nos Estados Unidos? Não meus caros! É no Porto e leva o nome do homem que dizia que faltava cumprir-se Portugal.
Ali, porém, tenta-se!
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