Se há um lado pedagógico e educativo desta crise é, por um lado levar a um reestruturação da vida da sociedade em geral e de cada um de nós em particular e por outro tomarmos contacto directo com realidades económicas e políticas até ao momento desconhecidas ou pelo menos relegadas para um plano muitíssimo secundário.
Dívidas soberanas, agências de ratting, vantagens e desvantagens do Euro, análise da Europa como ideal político e social, são temas que entraram na discussão quotidiana de cada um.
A semana ficou marcada pela discussão do Orçamento de Estado , talvez o mais polémico e o mais difícil de digerir dos últimos anos. A digestão é tão mais difícil porquanto todo ele se desenvolve em torno das palavras austeridade e cortes, essenciais sem dúvida para enfrentar o momento presente e o futuro próximo, mas sem uma única, real, plausível e “ que se veja” medida de crescimento económico sustentado.
A esta situação não é estranha a escolha infeliz do Ministro da Economia, um tal de Álvaro, que ao que se sabe nunca esteve ligado ao mundo empresarial sendo tão somente um académico numa universidade de segunda linha no Canadá.
Não tenho a presunção de entender as escolhas ministeriais e muito menos quando são feitas pelo Dr. Pedro Passos Coelho. Mas parece-me da mais elementar lógica que não basta reduzir a despesa, para fazer crescer o país. Aliás todas as medidas que se adivinham, qualquer miúdo com um 12º ano feito já com as novas tecnologias, sabe que ao fomentarem a descida do poder de compra individual mais não fazem que deprimir a economia interna. Era pois fundamental ter um Ministro da Economia que não fosse um “ porreiraço” que gosta que o tratem sem salamaleques, mas um homem conhecedor, não só do País e da Europa como do mundo empresarial na sua generalidade e do potencial concreto das empresas portuguesas, quer a nível do mercado interno, quer em relação às exportações .
Continuo a afirmar que o nosso mercado preferencial não é a Europa mas sim a África de língua Portuguesa. Esta é também o trunfo que deveríamos esgrimir perante o bloco Merkozy ( adorei e adoptei a palavra pelo que ela tem de gráfico!). Somos, por todas as razões históricas, culturais, linguísticas , os interlocutores por excelência da EU com a África que será, ou melhor já está a ser, o futuro , o continente das economias emergentes, das grandes oportunidades, das potências em embrião.
Mas a discussão em torno do Orçamento de Estado levantou uma outra polémica que se centrou em torno do sentido de voto do PS .
Depois de um dos membros do Secretariado ter dito , sem ainda não se conhecerem sequer os contornos do Orçamento, que o Partido Socialista deveria votar contra, por uma “ questão de coerência(?)” , surgem agora as críticas sobre a abstenção já definida pelo Secretário Geral, tentando ver nela um nim, pouco seguro e débil.
Para que não haja dúvidas: sou de facto apoiante do António José Seguro. Mas prezo-me por pensar pela minha cabeça e não me abasteço no “ pronto –a pensar” de alguns. Acho até que tem vindo a cometer erros que talvez lhe venham a ser cobrados caros demais. Mas não neste caso.Quando muito poderá ter perdido alguma capacidade de negociação ao ter anunciado a sua decisão em abster-se. Nada mais.
É que uma das coisas que os velhos barões dos diferentes partidos ainda não entenderam é que a política, o mundo e as pessoas, mudaram! Já não se faz oposição apenas através de “ forças de bloqueio” como alguém um dia intitulou a atitude dum certo PR. Mal esse alguém imaginava ( ou talvez o soubesse bem demais!) que anos mais tarde seria ele a força de bloqueio. Mas adiante.
O PS que se quer num novo ciclo e com uma nova forma de estar na política não poderia dar aos mercados um sinal de oposição e de apoio claro à contestação que irá, estou certa, para as ruas. Foi isto que AJS quis dizer quando afirmou que não seria o baluarte duma praça Sintagma portuguesa. Ele sabe, como homem honesto, sério e com sentido de Estado, que primeiro é preciso salvar o País e só depois se irá preocupar em conquistar o eleitorado. É uma jogada de alto risco que pode levá-lo a ser afastado da hipótese de ser Primeiro Ministro . Mas conhecendo o seu percurso, o seu programa e a tenacidade e sentido de dever que o norteiam creio que neste momento essa é a sua menor preocupação.
Agora trata-se de salvar Portugal. É esse o desidério de António José Seguro. Deveria ser esse também o do PS. Porque as pessoas têm memória e sabem reconhecer a diferença quando ela é evidente.
Dívidas soberanas, agências de ratting, vantagens e desvantagens do Euro, análise da Europa como ideal político e social, são temas que entraram na discussão quotidiana de cada um.
A semana ficou marcada pela discussão do Orçamento de Estado , talvez o mais polémico e o mais difícil de digerir dos últimos anos. A digestão é tão mais difícil porquanto todo ele se desenvolve em torno das palavras austeridade e cortes, essenciais sem dúvida para enfrentar o momento presente e o futuro próximo, mas sem uma única, real, plausível e “ que se veja” medida de crescimento económico sustentado.
A esta situação não é estranha a escolha infeliz do Ministro da Economia, um tal de Álvaro, que ao que se sabe nunca esteve ligado ao mundo empresarial sendo tão somente um académico numa universidade de segunda linha no Canadá.
Não tenho a presunção de entender as escolhas ministeriais e muito menos quando são feitas pelo Dr. Pedro Passos Coelho. Mas parece-me da mais elementar lógica que não basta reduzir a despesa, para fazer crescer o país. Aliás todas as medidas que se adivinham, qualquer miúdo com um 12º ano feito já com as novas tecnologias, sabe que ao fomentarem a descida do poder de compra individual mais não fazem que deprimir a economia interna. Era pois fundamental ter um Ministro da Economia que não fosse um “ porreiraço” que gosta que o tratem sem salamaleques, mas um homem conhecedor, não só do País e da Europa como do mundo empresarial na sua generalidade e do potencial concreto das empresas portuguesas, quer a nível do mercado interno, quer em relação às exportações .
Continuo a afirmar que o nosso mercado preferencial não é a Europa mas sim a África de língua Portuguesa. Esta é também o trunfo que deveríamos esgrimir perante o bloco Merkozy ( adorei e adoptei a palavra pelo que ela tem de gráfico!). Somos, por todas as razões históricas, culturais, linguísticas , os interlocutores por excelência da EU com a África que será, ou melhor já está a ser, o futuro , o continente das economias emergentes, das grandes oportunidades, das potências em embrião.
Mas a discussão em torno do Orçamento de Estado levantou uma outra polémica que se centrou em torno do sentido de voto do PS .
Depois de um dos membros do Secretariado ter dito , sem ainda não se conhecerem sequer os contornos do Orçamento, que o Partido Socialista deveria votar contra, por uma “ questão de coerência(?)” , surgem agora as críticas sobre a abstenção já definida pelo Secretário Geral, tentando ver nela um nim, pouco seguro e débil.
Para que não haja dúvidas: sou de facto apoiante do António José Seguro. Mas prezo-me por pensar pela minha cabeça e não me abasteço no “ pronto –a pensar” de alguns. Acho até que tem vindo a cometer erros que talvez lhe venham a ser cobrados caros demais. Mas não neste caso.Quando muito poderá ter perdido alguma capacidade de negociação ao ter anunciado a sua decisão em abster-se. Nada mais.
É que uma das coisas que os velhos barões dos diferentes partidos ainda não entenderam é que a política, o mundo e as pessoas, mudaram! Já não se faz oposição apenas através de “ forças de bloqueio” como alguém um dia intitulou a atitude dum certo PR. Mal esse alguém imaginava ( ou talvez o soubesse bem demais!) que anos mais tarde seria ele a força de bloqueio. Mas adiante.
O PS que se quer num novo ciclo e com uma nova forma de estar na política não poderia dar aos mercados um sinal de oposição e de apoio claro à contestação que irá, estou certa, para as ruas. Foi isto que AJS quis dizer quando afirmou que não seria o baluarte duma praça Sintagma portuguesa. Ele sabe, como homem honesto, sério e com sentido de Estado, que primeiro é preciso salvar o País e só depois se irá preocupar em conquistar o eleitorado. É uma jogada de alto risco que pode levá-lo a ser afastado da hipótese de ser Primeiro Ministro . Mas conhecendo o seu percurso, o seu programa e a tenacidade e sentido de dever que o norteiam creio que neste momento essa é a sua menor preocupação.
Agora trata-se de salvar Portugal. É esse o desidério de António José Seguro. Deveria ser esse também o do PS. Porque as pessoas têm memória e sabem reconhecer a diferença quando ela é evidente.
Como é possível levar tão a sério esse bando de marionetas? :)
ResponderEliminarSeguro, normalmente um deserto de ideias, desta vez teve a infeliz ideia de encarnar o papel de homem de estado ainda na oposição! Vai fermoso e não seguro...
«Ele sabe, como homem honesto, sério e com sentido de Estado, que primeiro é preciso salvar o País e só depois se irá preocupar em conquistar o eleitorado. É uma jogada de alto risco que pode levá-lo a ser afastado da hipótese de ser Primeiro Ministro . Mas conhecendo o seu percurso, o seu programa e a tenacidade e sentido de dever que o norteiam creio que neste momento essa é a sua menor preocupação.
ResponderEliminarAgora trata-se de salvar Portugal. É esse o desidério de António José Seguro. Deveria ser esse também o do PS. Porque as pessoas têm memória e sabem reconhecer a diferença quando ela é evidente.»
Antes fosse verdade, mas a verdade é que ele é tal o qual o Passos!
Este é um blog democrático e todas as opiniões são bem vindas. Embora não concorde com elas!
ResponderEliminarA única semelhança entre o António José SEguro e o Pedro Passos Coelho e que são da mesma geração. E isso é tudo.