Amanhã os melhores alunos do ensino secundário terão uma nova prova de que o esforço não compensa!
A questão de base não é tanto o facto de verem defraudadas as suas expectativas monetárias , se bem que nalguns casos como o relatado hoje no JN por uma dessas alunas, os quinhentos euros que agora lhes são negados, fossem essenciais para a aquisição de material escolar e outro. Não, o que está aqui em causa são dois problemas gravíssimos.
Por um lado a cada dia que passa a credibilidade do Estado como pessoa de bem diminui a olhos vistos. A palavra e o compromisso de nada valem e nem o facto de se apelar ao altruísmo forçado redime esta falta de cumprimento do prometido. Isto já sem falar na tal “ falta de comunicação” que o sr. Ministro da Educação admite ( em hipótese mais ou menos remota, note-se!) ter existido e que levou a que este desvio tenha chegado ao conhecimento dos interessados a dois dias da atribuição do prémio.
Diz o povo que todo o exemplo deve vir de cima. Com exemplos de falta de honestidade, de honra, de compromisso vindos do próprio Estado como querem que o cidadão actue? Que mensagem se está a dar? É a velha máxima do “ depois logo se vê” que é o grande cancro da nossa sociedade e que está na base da crise: ninguém cumpre os compromissos que assume. À imagem e semelhança da pessoa do Estado.
Por outro lado e tão ou mais grave do que este, está a forma como olhamos o mérito dos nossos jovens.
Durante vinte anos fui professora do ensino básico ( 2º e 3º ciclos).
Por várias vezes defendi que, à semelhança do que se fazia ( e muito bem ) com os alunos que apresentavam dificuldades de aprendizagem – Currículos adaptados, turmas reduzidas etc – se fizesse o mesmo para os alunos que se distinguiam pelo seu brilhantismo e valor. Fui apelidada de elitista e de outras coisas menos simpáticas.
O resultado era ( e continua a ser ) notório: um aluno que está bem mais avançado, que é brilhante, inteligente, acima da média, desmotiva-se, não só porque não se sente estimulado a evoluir, como porque cedo se apercebe de que o esforço, de facto não compensa.
Para quê ser excelente se lhe basta ser bom ou até suficiente?
O sistema de avaliação, que numa tentativa bacoca de democratização ( De quê senhores? De quê? Da mediocridade? ) é feito na base da escala de 1 a 5, é altamente desmotivador para estes alunos! Num nível 3 cabe desde o 49% ao 60%, e por aí fora. Convenhamos que é uma bitola bastante larga!
Ora um aluno que tenha 99% fica em pé de igualdade com um que atinge 80%. São ambos bons, sem dúvida. Mas um é melhor que o outro e isso deveria ser premiado!
Dir-me-ão que a verdadeira triagem se faz aquando das provas de acesso à Universidade. Isso é nada entender de psicologia e por isso nada mais falso. Um jovem que durante os nove anos de aprendizagem anterior verificou que não havia compensação no seu esforço, dificilmente consegue nos três anos seguintes inverter esse sentimento e essa atitude .
Resultado: continuamos a premiar a mediocridade e a despromover a excelência.
De facto era tudo o que neste momento se devia pedir a um Ministério da Educação, Ensino Superior e Ciência.
Bravo. Iremos oferecer-lhe o devido diploma.
A questão de base não é tanto o facto de verem defraudadas as suas expectativas monetárias , se bem que nalguns casos como o relatado hoje no JN por uma dessas alunas, os quinhentos euros que agora lhes são negados, fossem essenciais para a aquisição de material escolar e outro. Não, o que está aqui em causa são dois problemas gravíssimos.
Por um lado a cada dia que passa a credibilidade do Estado como pessoa de bem diminui a olhos vistos. A palavra e o compromisso de nada valem e nem o facto de se apelar ao altruísmo forçado redime esta falta de cumprimento do prometido. Isto já sem falar na tal “ falta de comunicação” que o sr. Ministro da Educação admite ( em hipótese mais ou menos remota, note-se!) ter existido e que levou a que este desvio tenha chegado ao conhecimento dos interessados a dois dias da atribuição do prémio.
Diz o povo que todo o exemplo deve vir de cima. Com exemplos de falta de honestidade, de honra, de compromisso vindos do próprio Estado como querem que o cidadão actue? Que mensagem se está a dar? É a velha máxima do “ depois logo se vê” que é o grande cancro da nossa sociedade e que está na base da crise: ninguém cumpre os compromissos que assume. À imagem e semelhança da pessoa do Estado.
Por outro lado e tão ou mais grave do que este, está a forma como olhamos o mérito dos nossos jovens.
Durante vinte anos fui professora do ensino básico ( 2º e 3º ciclos).
Por várias vezes defendi que, à semelhança do que se fazia ( e muito bem ) com os alunos que apresentavam dificuldades de aprendizagem – Currículos adaptados, turmas reduzidas etc – se fizesse o mesmo para os alunos que se distinguiam pelo seu brilhantismo e valor. Fui apelidada de elitista e de outras coisas menos simpáticas.
O resultado era ( e continua a ser ) notório: um aluno que está bem mais avançado, que é brilhante, inteligente, acima da média, desmotiva-se, não só porque não se sente estimulado a evoluir, como porque cedo se apercebe de que o esforço, de facto não compensa.
Para quê ser excelente se lhe basta ser bom ou até suficiente?
O sistema de avaliação, que numa tentativa bacoca de democratização ( De quê senhores? De quê? Da mediocridade? ) é feito na base da escala de 1 a 5, é altamente desmotivador para estes alunos! Num nível 3 cabe desde o 49% ao 60%, e por aí fora. Convenhamos que é uma bitola bastante larga!
Ora um aluno que tenha 99% fica em pé de igualdade com um que atinge 80%. São ambos bons, sem dúvida. Mas um é melhor que o outro e isso deveria ser premiado!
Dir-me-ão que a verdadeira triagem se faz aquando das provas de acesso à Universidade. Isso é nada entender de psicologia e por isso nada mais falso. Um jovem que durante os nove anos de aprendizagem anterior verificou que não havia compensação no seu esforço, dificilmente consegue nos três anos seguintes inverter esse sentimento e essa atitude .
Resultado: continuamos a premiar a mediocridade e a despromover a excelência.
De facto era tudo o que neste momento se devia pedir a um Ministério da Educação, Ensino Superior e Ciência.
Bravo. Iremos oferecer-lhe o devido diploma.
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