Ao que conta a História, Adolf Hitler, quando tudo se revelava irremediavelmente perdido, terá perguntado ao exército se Paris já estava arder, numa política de terra queimada.
Foi esta a frase que me assaltou ontem ao ver as imagens de Londres , a cidade que desde o grande incêndio tem pânico de fogo e que nos últimos dias ( noites) tem estado a arder.
Não são imagens novas as que têm feito abertura dos telejornais desde há dois dias. Já as tínhamos visto anteriormente num cenário diferente: França viu-se a braços com uma onda semelhante e o mesmo aconteceu à Alemanha embora aqui a situação tenha tido um controle mais rápido e eficaz.
Vimo-las mais recentemente nas ruas da Grécia, se bem que neste caso os analistas afirmem que foram questões de índole ideológica e política que estiveram na base dos conflitos.
Seja quais forem as teses que se encontrem para explicar o fenómeno desta violência urbana que avassala a Europa, não se pode negar que existe um padrão comum: Jovens, na sua maioria segundas e terceiras gerações de imigrantes, vivendo em bairros guetizados, desintegrados socialmente e a quem as medidas de austeridade impostas pela grave recessão que grassa pelo Mundo , atinge particularmente, saem para as ruas em protesto contra uma autoridade que não reconhecem e desafiam.
Não restam dúvidas que existe um claro aproveitamento por parte de gangs que entretanto se foram constituindo nestes bairros e que a coberto de alguma contestação social ( que - não nos esqueçamos - começa por regra de forma pacifica.) aproveitam para vandalizar, pilhar e até ajustar contas entre si e as forças de segurança, levando um protesto legitimo a resvalar para uma verdadeira batalha campal.
A Europa duma forma geral, sofre do mesmo síndrome : a culpabilização histórica. Como tal a tendência é confundir a tolerância com o paternalismo e aceitar práticas que vão contra a nossa cultura, os nossos princípios e muitas vezes a nossa própria lei , em prol dum liberdade de culto, de cultura e de etnia.
Resultado: não criamos políticas de integração e fomentamos o aparecimento de verdadeiros guetos.
A Europa já está a arder sim. O rastilho foi ateado e o alastrar do ferro e fogo é uma questão de tempo.
Aliás, se estivermos atentos conseguimos já sentir no ar o cheiro a pólvora.
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