quinta-feira, 14 de abril de 2011

QUEM PAGA É QUEM MANDA!

O El País dá uma novidade de última hora: Portugal perde soberania com  a chegada do FMI, uma vez que, em bom português e parafraseando a Drª Manuela Leite " quem paga é quem manda".
Acontece que Portugal já perdeu a sua soberania há muitos anos e na sequência da mesma lógica de pensamento.
Senão recordemos: A UE ( leia-se com propriedade a Alemanha e a França) solícita, subsidiou o abate de várias espécies florestais e agrícolas em prol de outras. Daquelas que ninguém queria produzir uma vez que exauriam os solos. Subsidiou o abate da frota pesqueira e impôs cotas na produção de leite. Ultimamente impôs a construção de linhas de alta velocidade ( o que no nosso caso é a Grande Anedota uma vez que a " alta velocidade" traduz-se numa redução de- pasme-se!!- meia hora no trajecto Porto Lisboa!) para que não ficássemos fora do comboio da Europa.
Não é de hoje que sou eurocéptica . Já passei por euroexpectante e neste momento o meu sentimento é de euro excluída. E caso tivéssemos políticos com verdadeiro interesse nacional a pautar as suas acções diria que o melhor mesmo era auto- excluirmo-nos desta situação.
Em 91 escrevi num jornal regional que Portugal deveria fazer como a Inglaterra e promover um mercado lusófono com as suas ex colónias, por forma  atornar o nosso escudo forte.
Porque é que a Inglaterra não aderiu ao euro? Porque tem uma Commonweal que funciona sem arrependimentos dos tempos coloniais e de forma eficaz. Nós, pelo contrário, adoptamos a atitude da vergonha colonial sem pararmos para pensar que todas as épocas têm a sua história e são legitimas à luz dos tempos e das circunstâncias. Negar o passado não o apaga. E negá-lo porquê? A construção de qualquer futuro passa exactamente por assumir as consequências do passado e colmatar as falhas transformando-as em mais valias.
Se tivéssemos construído esse mercado Lusófono, dificilmente estaríamos a braços com uma crise deste calibre. Claro que não estaríamos incólumes! A situação é internacional e nenhum país lhe escapa. Mas o s que mantêm a suas soberanias têm margens de manobras acrescidas. Não é o nosso caso!
Por isso parece-me que devemos aproveitar muito bem esta nova vinda do FMI para repensarmos que tipo de Nação queremos ser. Os parentes pobres duma Europa que mais cedo ou mais tarde será federal e terá a Alemanha à cabeça ( e todos sabemos o perigo que tal representa!!!) ou um país voltado para o oceano, para o império que um dia construiu, construindo com esses novos estados uma plataforma económica e cultural.
Ainda não é tarde de mais.

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