quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O ADEUS À EUROPA

Tenho cá para mim que os " pais fundadores" da Europa unida devem estar aos trambulhões nas tumbas com o rumo que uma ideia fundamentalmente humanista, acabou por tomar.
A união da Europa, relembremos, teve na sua génese o ideal da Revolução Francesa. Pretendia-se criar um lugar de Liberdade Igualdade e Fraternidade que frutificasse como farol para todas as civilizações.
Exangue, após duas grandes guerras,  tudo a que aspirava era à reconstrução e à paz.
Evidentemente que o factor do crescimento económico e da criação duma zona  económica comum,  estava nos planos iniciais da construção da união. Mas era um factor colateral, não primordial.
E foi a centralização do objectivo europeu no pilar da economia que ditou o fim da UE. Sim porque alguém tem dúvidas de que  a Europa unida está a prazo? Eu não tenho! Aliás concluo com mágoa que tinha razão quando nas minhas aulas de Geopolítica e nos artigos que escrevi anos atrás dizia que uma Europa que não defina uma politica externa comum, um sistema social igualitário e um sistema de defesa, estava destinada a fracassar.
A União Económica e Monetária, saudada como El Dorado numa sociedade internacional  em pleno crescimento económico, é agora, poucos anos transcorridos, olhada como a alavanca da derrocada europeia. Não se construiu a Europa Social e como tal a Europa Económica estava condenada à partida.Não é possivel uma união  a várias velocidades, sob pena de criarmos situações de tirania mais opu menos evidente dos mais fortes sobre os mais fracos. A Europa " periférica" a Europa do Sul precisava de ter sido mais acompanhada no seu crescimento a todos os níveis e sobretudo ao nível social. Não me refiro à atribuição de fundos e subsídios mas sim a uma verdadeira solidariedade que passa pela responsabilização dos diferentes interlocutores no processo de desenvolvimento. E por favor não me venham falar com perda de soberania nacional! Ao aceitarmos integrar uma União a alienação de parte de soberania era inevitável. Mas um acoisa é aliená-la em parte com consciência e tendo em vista um bem maior - a construção da Nação Europeia. Outra coisa é desbaratá-la em vão como aconteceu.
À Europa resta pouco tempo de vida. Pergunto-me quanto tempo nos resta a nós como país plenamente soberano.

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