terça-feira, 9 de outubro de 2012

CARNE PARA CANHÃO OU O FIM DO SNS

Os piores crimes, os mais hediondos são os cometidos sob a capa da humanidade ou de forma camuflada como efeitos colaterais de medidas aparentemente necessárias e justas.

Os períodos de regressão económica ou de instabilidade social, são-lhes propícios e contam muitas vezes com o apoio ou pelo menos com a apatia dos cidadãos que não vêm ou se recusam a ver.

Foi assim com a Alemanha de Hitler, foi assim com a guerra fratricida nos Balcãs é assim no nosso país.

As medidas de contenção, o afã desbragado de reduzir despesas a todo o custo, invariavelmente à custa dos que não têm nem voz nem poder para se insurgir duramente contra tal, estão a resultar numa verdadeira “limpeza” dos mais fracos, dos doentes, dos incapazes. Daqueles que a nossa Constituição e o Estado Social tem obrigação de acolher, proteger, cuidar.



Não, não é exagero! Não se trata de genocídio, está bem de ver. Mas não deixa de ser uma “ limpeza de pesos mortos” à nossa medida .



As medidas de contenção na saúde são cruéis e criminosas por todos os motivos óbvios e mais o facto de se dirigirem e punirem sobretudo cidadãos fragilizados por duas das maiores pragas mortais dos tempos modernos: o cancro e a sida.

Já não me fazem rir nem sequer sorrir os comentários e as declarações de que todos os tratamentos estão a ser prestados independentemente da contenção assumida. Agora é a raiva que me faz gritar porque sei de fonte infelizmente directa que é MENTIRA!!



O caso conta-se em meia dúzia de linhas e resume uma condenação à morte.

Uma mulher de 54 anos foi diagnosticado, já tardiamente, um cancro com metástases um pouco por todos os órgãos.

Encaminhada para o IPO relutantemente ( insisto na palavra: relutantemente!) foram-lhe feitos exames: biopsia, tac… e mandada para casa mediacada com… Brufen e Mesolide ( para quem não saiba é um genérico do tipo Bem-U-Ron ou coisa que o valha. O que normalmente tomamos quando temos uma enxaqueca ou o principio dum resfriado).

As dores são insuportáveis, as hemorragias constantes e aquela mulher QUE DESCONTOU PARA O SISTEMA NACIONAL DE SAÙDE!!!! é mantida em casa sem qualquer decisão ou tratamento. A aguardar pelo inevitável. Explicação do IPO: não têm nada a oferecer e como tal….

Nada a oferecer??? Não se trata de oferecer!! Trata-se de retribuir o que durante uma vida de trabalho foi retirado pelo Estado que agora cruza os braços e se declara impotente!

Não há um medicamento para as dores mais forte que a aspirina, não? Não há nada para conferir a esta cidadã deste nosso país , alguma qualidade de vida?

Estamos condenados a uma morte lenta, quando o Estado entende que somos peso morto, despesa pública, número descartável nas estatísticas?!

Foi aqui que chegámos?! É isto que queremos?!

Façam-se já campos de concentração! Utilize-se o Campo Pequeno como redondel de morte para os desvalidos. Ao menos assim não restarão dúvidas da hipocrisia dos dirigentes que fizeram da política social uma gestão de mercearia. Ou melhor de talho!







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