segunda-feira, 18 de junho de 2012

VESTIR A CAMISOLA









Um interregno enorme, porque a catadupa de acontecimentos , noticias e escândalos são de forma a deixar qualquer um tonto e perdido.


Para onde quer que se olhe o papão da crise assalta-nos literalmente deixando-nos exangues e sem vontade.

O que nos vale é o futebol para elevar a moral .

Embora sejamos um povo com costumes brandos, o que quer dizer que vamos cozinhando a nossa revolta em lume brando, já se aspira no ar ventos de mudança.

É um ar que assola a Europa como um todo e que começou com a queda do eixo Merkelzy, propagou-se à Espanha e reacendeu-se na Grécia.

A subida ao poder francês de François Hollande é pronuncio de uma viragem no paradigma europeu, fazendo-o transitar da ditadura dos mercados que quase inviabilizam a continuidade da EU, de novo para os cidadãos.

A recusa da Espanha em aceitar um resgate retomando a ideia da emissão de eurobonds e o braço de ferro da Grécia aliados a uma França que já não alinha cegamente no eixo germânico, dá –nos a luz ao fundo do túnel onde a Europa tinha mergulhado.

A vaga de fundo chega de mansinho a Portugal. As últimas sondagens mostram claramente o descontentamento dos portugueses, que dão uma clara vantagem ao maior partido da oposição, nas suas intenções de voto.

Tardiamente ( mas como diz o povo sábio” mais vale tarde do que nunca”) os portugueses aperceberam-se que o Novo Ciclo de António José Seguro era, exactamente isso: uma nova forma de fazer política, um corte com o passado sem o enjeitar, negar ou esconder, mas com uma firme vontade de seguir em frente por outro caminho.

Este último fim de semana foi palco de duas grandes vitórias: a do orgulho português em campo e a da renovação do PS Porto.

Uma nada tem a ver com a outra, naturalmente. Mas ambas são de saudar, já que representam cada uma na sua área, o renascer da esperança.

Em termos políticos e aos poucos mas firmemente, vão sendo deixados para trás os barões e baronetes, introduzindo no plano partidário do Partido Socialista uma forma diferente de fazer e estar na política. Uma forma clara, objectiva, com forte sentido do interesse nacional, com uma ideia clara e não submissa da política europeia.

José Luís Carneiro ganhou a Federão do PS no Porto. Dele se espera a consolidação e a afirmação do Norte, das suas especificidades, das suas vantagens e da sua força junto do poder central. Nele estão postos os olhares dos militantes socialistas, não apenas da região Norte mas todos os que acreditam que Portugal é um país viável e não este abismo, este vale de lágrimas e de sacrifícios, apregoado pelo governo.

Um governo que não veste a camisola do País nunca se poderá impor na Europa.

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