quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O VALOR DA VIDA E A PENA DE MORTE

Á minha caixa de e-mail chegam várias petições para que subscreva a condenação deste ou daquele país que condenou à morte e se prepara para executar a pena. Regra geral são situações que decorrem na China ou em países árabes.


Nunca me chegou nenhuma condenando os Estados Unidos pela mesma prática! Deixei de assinar!

O que eu condeno não é o país : é o conceito de justiça baseado na Lei de Talião do olho por olho e dente por dente, que no extremo fará de nós todos cegos e desdentados!

Trata-se duma prática de justiça arcaica, desumana e que deveria ser completamente banida.

A existência da pena de morte nos EUA , com a agravante de se cingir a alguns estados e não ao país todo o que é um aberração, não dignifica em nada o mundo civilizado. E o silêncio dos restantes países ainda menos!

Por essa razão é que não posso pactuar com a hipocrisia vigente, que se insurge contra determinados países e se remete a um silêncio cúmplice em relação a uma potência que se arvora como baluarte da Liberdade e da Democracia no Mundo, conceitos que utiliza para justificar muitas das suas incursões e retaliações fora de portas.

O estatuto de potência dá-lhe impunidade e regime de excepção no que concerne à condenação deste tipo de conduta?

Como filha orgulhosa duma Pátria que foi a primeira a abolir tão desumana forma de justiça, revolta-me esta situação até porque, sabemo-lo bem, a justiça é tudo menos infalível. Além de que, por ser feita por homens e para homens , por mais isenta que seja é permeável à pressão da opinião pública muitas vezes condicionada ( para não dizer manipulada) por interesses que nada têm a ver com a justiça.

Quantos erros judiciais foram detectados tarde de mais?

A reabilitação póstuma do bom nome não devolve um ente querido, nem resolve o problema da família que se viu ostracizada e muitas vezes perdeu tudo o que tinha.

A execução hoje de Troy Davis que já na mesa da morte teve ainda a coragem para levantar a cabeça e reiterar a sua inocência à família da vitima, além da revolta do acto que condeno e apelido de bárbaro, leva-me a pensar: qual de nós a segundos de morrer quando não existe mais esperança, mentiria?

Estou em crer que o assassino hoje são os EUA.

Até quando?



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