quarta-feira, 17 de agosto de 2011

ALMA LUSA/ ALMA MATER.




Foi com expectativa que li hoje no JN que o Secretário de Estado do MAI pondera analisar a Lei da Nacionalidade em vigor, uma vez que, nas suas palavras, houve um “abrandamento " dos requisitos da concessão da nacionalidade portuguesa, nos últimos anos.

Chamar-lhe um abrandamento é  no mínimo uma branda força de expressão!.

A atribuição da  nacionalidade passou a ser algo tão banal e fácil, que me leva a questionar sobre se ainda fará sentido falar-se em Nação.
Não restam dúvidas de que a alienação de parte da soberania foi o inevitável preço  a pagar pela pertença a um espaço europeu, que se quer uno. 
Mas negar-se a identidade dum povo é aniquilá-lo! Banalizar a pertença a uma Nação é retirar-lhe o carácter, esvaziá-la de conteúdo, apagar-lhe a História, numa palavra , matá-la.
Isto sem falar dos chamados " danos colaterais" que um tal facilitismo acarreta. 

Que o digam  os britânicos que se debatem neste momento com uma guerrilha  de carácter civil, já  que todos os contendores pertencem à mesma nacionalidade. É que os jovens de etnias diferentes ( que claramente são visíveis pelas câmaras), de culturas certamente diferentes, são cidadãos britânicos de pleno direito e súbditos de Sua Majestade!
O Reino Unido cometeu o grave erro de, após a descolonização, dar de forma bastante liberal, a cidadania britânica aos naturais das antigas colónias.
No nosso caso tal não implicaria grande problema uma vez que é bem sabida a miscigenação que existiu desde sempre e durante todo o tempo do nosso colonialismo, permitindo assim a emergência duma cultura comum que não põe grande problema à atribuição da nacionalidade aos nossos PALOPs.

Já o mesmo não aconteceu com a Grã Bretanha que, para além de ter tido sempre uma política de segregação, possuía territórios com culturas e religiões completamente diferentes e que nunca tentou sequer harmonizar ou integrar.

O problema neste momento entre nós é que Portugal tem vindo a levar a cabo uma política de aquisição de nacionalidade, baseada no facilitismo que chega ao ridiculo  a que já tenhamos nacionais que nem a língua, que supostamente deveria  passar a materna, falam.
 Isto é negar a soberania dum povo – o português - bem como oito séculos de história.

Neste particular muito temos a aprender com os EUA, onde para se ser americano não basta a mera permanência e a contribuição social: é preciso conhecer a história, a língua, a cultura.
Não consigo deixar de recordar a triste figura da nossa selecção há uns anos atrás onde só um ou dois sabia o hino do seu país e os demais limitavam-se a abrir e fechar a boca como peixes fora de água.

Enquanto acharmos que para se ser português basta apenas uns quantos anos de permanência em território nacional e outros tantos anos de contribuições para a Segurança Social, estaremos a negar a nós mesmos o direito a nos intitularmos de portugueses.

Ser português é conhecer o país que nos viu nascer ou que nos acolhe, conhecer-lhe os contornos da História, da Cultura, da Língua, da religião vigente...
Ser português tem que ser muito mais do que possuir um Cartão de Cidadão.












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