terça-feira, 1 de março de 2011

A VOZ DO REI

Desta vez não me apanharam com os olhos do tamanho de pires a ver o Oscares até às quinhentas!!! Graças às novas  tecnologias pude dormir descansadinha, enquanto o aparelho lá ia gravando a cerimónia que ontem, cedo e a boas horas, vi muito enroladinha na minha manta preferida e de chávena de chá na mão. Tanto pior se já conhecia os vencedores!! Afinal os Óscares são gala, glamour e espectáculo. O resto é uma estatueta ( bem feia por sinal! ) e agradecimentos às caras metade das quais se irão divorciar passadas semanas mas que foram " imprescindiveis, incontornáveis , no seu apoio, benza-as Deus".
Pois eu este ano quase que fiz o pleno. Senão vejamos : vi o " Alice no País das Maravilhas" do Tim Burtom que, se não me encheu as medidas também não me fez bocejar ou chorar o preço do bilhete o que já não é mau.
Vi o " Cisne Negro" que me prendeu ao ecran do início ao fim. Os bastidores da companhia de bailado transportaram-me ao tempo em que queria ser bailarina ( não queríamos todas?). Está bem, é a história duma mulher com um  enorme desiquilibrio emocional, controlada por uma mãeque projecta na filha as suas frustrações mas lá que é um belo filme lá isso é. Até a actriz principal que sempre me pareceu um pãozinho sem sal se revelou de tal maneira que arrecadou  a estatueta. Merecida.
Assisti à "Origem", uma película que me deixou assim sem saber muito bem como. Um misto de Matrix e Lara Tomb mas com uma espectacularidade  inegável.
Vi o " Discurso do Rei" na noite em que era galardoado com 4 Óscares e... amei!! Um filme simples do ponto de vista dos efeitos especiais, aparentemente parcimonioso em recursos mas duma beleza conseguida com base em interpretações sublimes. O espectador é levado a uma empatia tal com o pobre rei gago que dá por si a tentar concluir as frases que não saem ao monarca.
Um filme que me fez pensar nas resiliência e em como esta está tão longe da maioria dos nossos dirigentes. O percurso dum rei que reconhecendo o seu handicap e sabendo o impacto que tal teria nos súbditos, decide-se a tudo fazer para se ultrapassar. Para não ser alvo de chacota, sem dúvida. mas sobretudo para poder assumir, sem hesitações, o seu papel de voz do povo.
Por algumas horas fui completamente monárquica.

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