segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

FB CALOTE - MADE IN PORTUGAL

Certamente cansado de bater em pedra dura sem resultado que se visse, Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia decidiu criar um blog onde denuncia as entidades devedoras dos serviços remunerados à PSP.
Não sei se será uma acção consequente ou se a única coisa que daqui resultará será uma penalização sobre o autor, que ousou soltar aos quatro ventos a "novidade" e assim "denegrir as pacatas e honestas entidades".
Tempos houve em que ser-se caloteiro era uma vergonha imensa. As pessoas coravam e deixavam até de passar às portas dos credores com vergonha do escândalo.
Agora é o que se vê: os envergonhados, os que se "sentem mal" são os lesados!

A acção do intendente PR não é original. Na minha rua uma  antiga drogaria colocou um cartaz com o nome dos devedores e no Natal uma outra loja não recordo onde, decorou uma árvore com o nome dos caloteiros para ver se tomavam vergonha na cara.
Francamente desconheço o desenlace de qualquer uma das iniciativas, mas estou em crer que tudo terá ficado nas bem conhecidas e portuguesissimas "águas de bacalhau".
É bem sabido que neste país virou moda ninguém pagar a ninguém! A empresa não paga aos fornecedores porque não recebe dos clientes. As pessoas não pagam os cartões de crédito porque foram-nos coleccionando como cartas num baralho e às duas por três perderam o pé ao nível de endividamento.
E o maior caloteiro é o Estado, esse que devia ser " pessoa de bem " e que é o que sabemos.
Não dou novidade nenhuma, bem sei, mas nunca é demais lembrar que se um de nós se atrasar nem que seja um dia no pagamento de impostos conta logo com os juros de mora. O Estado paga a trinta, sessenta, noventa dias quando paga e vá lá tentar-se exigir-lhe juros!! Pelo contrário: ainda agradecemos o milagre de termos sido pagos!!
Várias empresas neste país que se encontram em situações de desespero e falência, podem agradecer ao Estado que, não contente em não as apoiar providenciando condições de competetividade que as possam colocar nos mercados internacionais em pé de igualdade e concorrência com congéneres europeias, ainda as rouba ao não honrar os seus compromissos a tempo e horas.
Se o presidente da ASPP fez bem ou não logo se verá.
Agora se a moda pega podíamos começar a pensar num FB de calotes! Resolvíamos a dívida pública em dois tempos!

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