quinta-feira, 15 de abril de 2010

Como a poesia não vende, vou partilhando-a com os meus amigos. Aqui vai, em homenagem aos que se tornaram jornalistas.

JORNALISTA


Escrevias,
“às vezes só por raiva”, dizias.
Mas escrevias sempre.
Na noite, quando tudo o mais
ficava em silêncio,
era a tua escrita que gritava e resistia.

Procurei as tuas notas na casa vazia.
Nem uma palavra
E ( vê tu!)
pareceu-me que tinhas morrido
e contigo as paredes,
os quadros,
a balalaika adormecida.

Só eu ainda respirava
o mesmo ar que te sufocava.

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