quarta-feira, 28 de abril de 2010

Dente por dente , olho por olho



... e iremos todos acabar cegos e desdentados!

A febre de que fomos tomados após o 11 de Setembro fez crescer em nós um medo irracional do que não conhecemos e toldou-nos a visão. Tornámo-nos intolerantes e completamente fechados em relação às realidades que não compreendemos e tomamos todas as lutas que nos são alheias e que de alguma forma aumentam-nos quer o medo quer a insegurança, como terrorismo.

Esquecemos que, não raras vezes, o terrorista de hoje é o herói de amanhã.

Tive oportunidade de passar nos territórios palestinianos em 2001 e o que vi fez-me perceber que, quando TUDO se perde, nada mais há a perder a não ser a vida e essa deixou de ter sentido, logo não tem valor.

Não que aceite a violência gratuita que arrasta inocentes. Não. Mas entendo que violência não é somente alguém que se faz explodir numa rua plena!

Violência é ver os nossos filhos não terem o que comer nem nós possibilidade de lho provermos. Violência é também ser tratado como infra humano, escravizado, mutilado, violado, dia após dia no silêncio, porque essa é uma violência que não chega aos media. Não nos choca porque não a vemos. Mas existe e faz fervilhar no espírito dos que a sofrem aquela outra: a que mancha de sangue os telejornais e nos põe a raiva á hora do jantar, como prato frio que vamos comendo até não perguntarmos mais o que é certo e errado.

segunda-feira, 26 de abril de 2010




CLANDESTINIDADE IV


Teus lábios têm o sabor
(doce)
dos frutos roubados,
comidos a medo
por entre olhares velados.

Tuas mãos têm o toque
(suave)
do que é efémero,
daquilo que não chega a chegar
para logo partir,
num beijo último
...de fugida,
num afago
...breve
que nem se chega a sentir.

Agora é tempo!
Uma mão na saída
um olhar rápido que tudo envolve,
o que passa,
o que fica,
o que já não virá por ser tarde.

Uma corrida,
uma fugida,
e entramos na realidade.

O que passou, passou.
Nem cartas,
nem fotos,
nem uma flor apanhada
esmagada entre as folhas dum livro,
nem sequer uma concha...

É um amor sem passado e sem futuro,
Tão somente
com um pouco de presente e é tudo.

quarta-feira, 21 de abril de 2010


O caso da deputada Inês de Medeiros que recebe as ajudas de custo inerentes à sua condição de residente em Paris, põe na ordem do dia a necessidade imperiosa dos círculos uninominais.


Que empatia pode ter alguém que vive em Paris relativamente à realidade portuguesa?

Não basta ter uma morada em Lisboa para tomar o pulso ao sistema de saúde, à educação ou à justiça. Uma morada é, tão somente um endereço num velho envelope.

Pede-se aos deputados da República que sejam a voz dos seus eleitores. E só o poderão ser se ouvirem e conhecerem os donos dessas vozes que é suposto representarem e fazerem eco.

Este divórcio entre o representante parlamentar e os eleitores que, nem sabem quem elegeram, redunda numa total impunidade, que tem como consequência o tornar a política, não na causa pública que deveria, mas sim num emprego bem pago e inútil.

É urgente repensar-se a representação parlamentar sob pena de se subverter o principio da democracia.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Como a poesia não vende, vou partilhando-a com os meus amigos. Aqui vai, em homenagem aos que se tornaram jornalistas.

JORNALISTA


Escrevias,
“às vezes só por raiva”, dizias.
Mas escrevias sempre.
Na noite, quando tudo o mais
ficava em silêncio,
era a tua escrita que gritava e resistia.

Procurei as tuas notas na casa vazia.
Nem uma palavra
E ( vê tu!)
pareceu-me que tinhas morrido
e contigo as paredes,
os quadros,
a balalaika adormecida.

Só eu ainda respirava
o mesmo ar que te sufocava.

Este país deve ser mesmo um colosso! É que está tudo grosso, Deus meu! Tudo grosso!!

Depois duma Lei da Rolha surge agora a Lei das Luvas e se aprimeira só se aplicava a quem tinha o cartão de determinada cor, esta última pretende-se transversal.

Consiste em definir quais os "presentes" que um funcionário pode receber no exercício das suas funções sem que tal seja considerado crime de corrupção.

Segundo esta listagem, garrafas de vinho, gravatas e canetas são insuspeitas porque fazem parte do tradicional e afectuoso espirito português.

Mas esclareçamos cá uma coisa: uma Montblanc em ouro não constitui crime ,mas um Swatch já pode levar a um processo?
E se em vez duma Veuve Cliquot alguém receber um cabaz com meias dúzia de latas de sardinhas, um queijo tipo serra, uma tablete Toblerrone e uma caixa de cajus?
E os chocolates? Onde ficam os chocolates na lei? E já agora em relação aos robalos: estão abrangidos ou terão que ser trocados por jaquinzinhos?

quarta-feira, 14 de abril de 2010

MEDINA CARREIRA DIXIT!!




A economia vai derrotar a democracia de 1976. José Sócrates, é um homem de circo, de espectáculo. Portugal está a ser gerido por medíocres, Guterres, Barroso, Santana Lopes e este, José Sócrates, não perceberam o essencial do problema do país. O desemprego não é um problema, é uma consequência de alguma coisa que não está bem na economia. Já estou enjoado de medidinhas. Já nem sei o que é que isso custa, nem sequer sei se estão a ser aplicadas. A população não vai aguentar daqui a dez anos um Estado social como aquele em que nós estamos a viver. Este que está lá agora, o Sócrates, é um homem de espectáculo, é um homem de circo. Desde a primeira hora. É gente de circo. E prezam o espectáculo porque querem enganar a sociedade. Vocês, comunicação social, o que dão é esta conversa de «inflação menos 1 ponto», o «crescimento 0,1 em vez de 0,6». Se as pessoas soubessem o que é 0,1 de crescimento, que é um café por português de 3 em 3 dias... Portanto andamos a discutir um café de 3 em 3 dias... mas é sem açúcar. Eu não sou candidato a nada, e por conseguinte não quero ser popular. Eu não quero é enganar os portugueses. Nem digo mal por prazer, nem quero ser «popularuxo» porque não dependo do aparelho político!" Ainda há dias eu estava num supermercado, numa bicha para pagar, e estava uma rapariga de umbigo de fora com umas garrafas, e em vez de multiplicar « 6 x 3 = 18 », contava com os dedos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7... Isto não é ensino... é falta de ensino, é uma treta! É o futuro que está em causa! Os números são fatais. Dos números ninguém se livra, mesmo que não goste. Uma economia que em cada 3 anos dos últimos 27, cresceu 1%... esta economia não resiste num país europeu. Quem anda a viver da política para tratar da sua vida, não se pode esperar coisa nenhuma. A causa pública exige entrega e desinteresse. Se nós já estamos ultra-endividados, faz algum sentido ir gastar este dinheiro todo em coisas que não são estritamente indispensáveis? P'rá gente ir para o Porto ou para Badajoz mais depressa 20 minutos? Acha que sim? A aviação está a sofrer uma reconversão, vamos agora fazer um aeroporto, se calhar não era melhor aproveitar a Portela? Quer dizer, isto está tudo louco?" Eu por mim estou convencido que não se faz nada para pôr a Justiça a funcionar porque a classe política tem medo de ser apanhada na rede da Justiça. É uma desconfiança que eu tenho. E então, quanto mais complicado aquilo for... Nós tivemos nos últimos 10 / 12 anos 4 Primeiros-Ministros: - Um desapareceu; - O outro arranjou um melhor emprego em Bruxelas, foi-se embora; - O outro foi mandado embora pelo Presidente da República; - E este coitado, anda a ver se consegue chegar ao fim" O João Cravinho tentou resolver o problema da corrupção em Portugal. Tentou.
Foi "exilado" para Londres.
O Carrilho também falava um bocado, foi para Paris.
O Alegre depois não sei para onde ele irá...
Em Portugal quem fala contra a corrupção ou é mandado para um "exílio dourado", ou então é entupido e cercado. Mas você acredita nesse «considerado bem»? Então, o meu amigo encomenda aí uma ponte que é orçamentada para 100 e depois custa 400?
Não há uma obra que não custe 3 ou 4 vezes mais? Não acha que isto é um saque dos dinheiros públicos?
E não vejo intervenção da polícia... Há-de acreditar que há muita gente que fica com a grande parte da diferença! De acordo com as circunstâncias previstas, nós por volta de 2020 somos o país mais pobre da União Europeia. É claro que vamos ter o nome de Lisboa na estratégia, e vamos ter, eventualmente, o nome de Lisboa no tratado. É, mas não passa disso. É só para entreter a gente. Isto é um circo. É uma palhaçada. Nas eleições, uns não sabem o que estão a prometer, e outros são declaradamente uns mentirosos:
- Prometem aquilo que sabem que não podem." A educação em Portugal é um crime de «lesa-juventude»: Com a fantasia do ensino dito «inclusivo», têm lá uma data de gente que não quer estudar, que não faz nada, não fará nada, nem deixa ninguém estudar. Para que é que serve estar lá gente que não quer estudar? Claro que o pessoal que não quer estudar está lá a atrapalhar a vida aqueles que querem estudar. Mas é inclusiva... O que é inclusiva? É para formar tontos? Analfabetos?" "Os exames são uma vergonha. Você acredita que num ano a média de Matemática é 10, e no outro ano é 14? Acha que o pessoal melhorou desta maneira? Por conseguinte a única coisa que posso dizer é que é mentira, é um roubo ao ensino e aos professores! Está-se a levar a juventude para um beco sem saída. Esta juventude vai ser completamente desgraçada! A minha opinião desde há muito tempo é: TGV - Não ! Para um país com este tamanho é uma tontice. O aeroporto depende. Eu acho que é de pensar duas vezes esse problema. Ainda mais agora com o problema do petróleo. Bragança não pode ficar fora da rede de auto-estradas? Não? Quer dizer, Bragança fica dentro da rede de auto-estradas e nós ficamos encalacrados no estrangeiro?
Eu nem comento essa afirmação que é para não ir mais longe... Bragança com uma boa estrada fica muito bem ligada. Quem tem interesse que se façam estas obras é o Governo Português, são os partidos do poder, são os bancos, são os construtores, são os vendedores de maquinaria... Esses é que têm interesse, não é o Português! Nós em Portugal sabemos resolver o problema dos outros: A guerra do Iraque, do Afeganistão, se o Presidente havia de ter sido o Bush, mas não sabemos resolver os nossos. As nossas grandes personalidades em Portugal falam de tudo no estrangeiro: criticam, promovem, conferenciam, discutem, mas se lhes perguntar o que é que se devia fazer em Portugal nenhum sabe. Somos um país de papagaios... Receber os prisioneiros de Guantanamo? Isso fica bem e a alimentação não deve ser cara...» Saibamos olhar para os nossos problemas e resolvê-los e deixemos lá os outros... Isso é um sintoma de inferioridade que a gente tem, estar sempre a olhar para os outros.
Olhemos para nós! A crise internacional é realmente um problema grave, para 1-2 anos. Quando passar lá fora, a crise passará cá. Mas quando essa crise passar cá, nós ficamos outra vez com os nossos problemas, com a nossa crise. Portanto é importante não embebedar o pessoal com a ideia de que isto é a maldita crise. Não é! Nós estamos com um endividamento diário nos últimos 3 anos correspondente a 48 milhões de euros por dia: Por hora são 2 milhões! Portanto, quando acabarmos este programa Portugal deve mais 2 milhões! Quem é que vai pagar? Isso era o que deveríamos ter em grande quantidade. Era vender sapatos. Mas nós não estamos a falar de vender sapatos. Nós estamos a falar de pedir dinheiro emprestado lá fora, pô-lo a circular, o pessoal come e bebe, e depois ele sai logo a seguir..." Ouça, eu não ligo importância a esses documentos aprovados na Assembleia... Não me fale da Assembleia, isso é uma provocação... Poupe-me a esse espectáculo...." Isto da avaliação dos professores não é começar por lado nenhum. Eu já disse à Ministra uma vez «A senhora tem uma agenda errada"» Porque sem pôr disciplina na escola, não lhe interessa os professores. Quer grandes professores? Eu também, agora, para quê? Chegam lá os meninos fazem o que lhes dá na cabeça, insultam, batem, partem a carteira e não acontece coisa nenhuma. Vale a pena ter lá o grande professor? Ele não está para aturar aquilo...Portanto tem que haver uma agenda para a Educação. Eu sou contra a autonomia das escolas Isso é descentralizar a «bandalheira». Há dias circulava na Internet uma notícia sobre um atleta olímpico que andou numa "nova oportunidade" uns meses, fez o 12º ano e agora vai seguir Medicina... Quer dizer, o homem andava aí distraído, disseram «meta-se nas novas oportunidades» e agora entra em Medicina... Bem, quando ele acabar o curso já eu não devo cá andar felizmente, mas quem vai apanhar esse atleta olímpico com este tipo de preparação... Quer dizer, isto é tudo uma trafulhice..." É preciso que alguém diga aos portugueses o caminho que este país está a levar. Um país que empobrece, que se torna cada vez mais desigual, em que as desigualdades não têm fundamento, a maior parte delas são desigualdades ilegítimas para não dizer mais, numa sociedade onde uns empobrecem sem justificação e outros se tornam multi-milionários sem justificação, é um caldo de cultura que pode acabar muito mal. Eu receio mesmo que acabe. Até há cerca de um ano eu pensava que íamos ficar irremediavelmente mais pobres, mas aqui quentinhos, pacíficos, amiguinhos, a passar a mão uns pelos outros... Começo a pensar que vamos empobrecer, mas com barulho... Hoje, acrescento-lhe só o «muito». Digo-lhe que a gente vai empobrecer, provavelmente com muito barulho... Eu achava que não havia «barulho», depois achava que ia haver «barulho», e agora acho que vai haver «muito barulho». Os portugueses que interpretem o que quiserem... Quando sobe a linha de desenvolvimento da União Europeia sobe a linha de Portugal. Por conseguinte quando os Governos dizem que estão a fazer coisas e que a economia está a responder, é mentira! Portanto, nós na conjuntura de médio prazo e curto prazo não fazemos coisa nenhuma. Os governos não fazem nada que seja útil ou que seja excessivamente útil. É só conversa e portanto, não acreditem... No longo prazo, também não fizemos nada para o resolver e esta é que é a angústia da economia portuguesa. "Tudo se resume a sacar dinheiro de qualquer sítio. Esta interpenetração do político com o económico, das empresas que vão buscar os políticos, dos políticos que vão buscar as empresas...Isto não é um problema de regras, é um problema das pessoas em si...Porque é que se vai buscar políticos para as empresas? É o sistema, é a (des)educação que a gente tem para a vida política... Um político é um político e um empresário é um empresário. Não deve haver confusões entre uma coisa e outra. Cada um no seu sítio. Esta coisa de ser político, depois ministro, depois sai, vai para ali, tira-se de acolá, volta-se para ministro... é tudo uma sujeira que não dá saúde nenhuma à sociedade. Este país não vai de habilidades nem de espectáculos. Este país vai de seriedade. Enquanto tivermos ministros a verificar preços e a distribuir computadores, eles não são ministros. São propagandistas! Eles não são pagos nem escolhidos para isso! Eles têm outras competências e têm que perceber quais os grandes problemas do país! Se aparece aqui uma pessoa para falar verdade, os vossos comentadores dizem «este tipo é chato, é pessimista»... Se vem aqui outro trafulha a dizer umas aldrabices fica tudo satisfeito... Vocês têm que arranjar um programa onde as pessoas venham à vontade, sem estarem a ser pressionadas, sossegadamente dizer aquilo que pensam. E os portugueses se quiserem ouvir, ouvem. E eles vão ouvir, porque no dia em que começarem a ouvir gente séria e que não diz aldrabices, param para ouvir.

Vai abrir a época da caça ... às multas.

A direcção Nacional da PSP estableceu minimos a atingir pelas diferentes Direcções, por forma a obter dados mensuráveis que possam ser utilizados na avaliação do desempenho.

Na prática iremos assistir a uma verdadeira caça às multas e infracções e a desnecessárias operações policiais.

Evidentemente que tem que haver instrumentos passiveis de tomar o pulso e avaliar o desempenho das forças de segurança. Mas haverá melhor critério que as estatísticas sobre criminalidade para fazer essa avaliação? Uma diminuição do crime violento nas grandes cidades, de desastres por excesso de velocidade ou alcoolismo, dos furtos e roubos não fará maior sentido do que estabelecer metas que têm tão somente como objectivo a avaliação e a progressão, deixando de lado e em segundo plano o que realmente devia ser o objectivo de todas as actividades: exercê-las com brio e eficácia?

terça-feira, 13 de abril de 2010


Tamos safos!!! O Vaticano acaba de exaltar as músicas dos rapazes de Liverpool após tê-las considerado blasfemas durante décadas.

Eleonor Rigby e o Father Mckenzie foram incluidos de novo no círculo do permitido, continuando um a remendar a meias e outra a apanhar o arroz na igreja.

Mas ficam ainda a aguardar outras atitudes os solitários que ainda ninguém sabe donde vêm!

Quem será salvo no fim de contas?


Ah, look at all the lonely people

Ah, look at all the lonely people


Eleanor Rigby picks up the rice in the church

where a wedding has been

Lives in a dream

Waits at the window,

wearing the face that she keeps in a jar by the door

Who is it for?

All the lonely people

Where do they all come from?

All the lonely people

Where do they all belong?


Father McKenzie writing the words of a sermon that no one will hear

No one comes near.

Look at him working,

darning his socks in the night when there's nobody there

What does he care?

All the lonely people

Where do they all come from?

All the lonely people

Where do they all belong?


Ah, look at all the lonely people

Ah, look at all the lonely people


Eleanor Rigby died in the church and was buried along with her name

Nobody came

Father McKenzie wiping the dirt from his hands

as he walks from the grave

No one was saved


All the lonely people

Where do they all come from?

All the lonely people

Where do they all belong?

sexta-feira, 9 de abril de 2010


Pronto é oficial! O crime em Portugal passa a a compensar largamente. Coisa que o vulgo já sabia mas pelo menos agora tem força de lei , o que nos tranquiliza de sobremaneira!! Sim porque uma coisa é saber de ouvido outra é ver preto no branco, E ele aí está: o novo código de execução de penas. A partir de segunda-feira qualquer condenado independentemente do crme que tiver cometido, pode ser libertado após cumprir um quarto da pena e mais: sem qualquer tipo de vigilência!!!!
Na prática significa o segunte: um violador que apanha no máximo 12 anos de cadeia , vem cá para fora feliz e contento ao fim de três. Se for um homicida que tenha que cumprir os vinte e cinco de pena máxima aí aos seis mais coisa menos coisa já poderá voltar ao activo.
Quer dizer, num aaltura em que a insegurança, malgrado o que possam dizer os estudos e as estatísticas, aumenta de dia para dia no nosso país a resposta do sistema é... despenalizar os crimes!
Já agora, façam-nos um favor, mandem todos os polícias e magistrados para casa. assim só pagamos as "férias" dos meliantes e poupamos os honorários das forças da lei!!

quarta-feira, 7 de abril de 2010


Católica, Apostólica Romana de educação; com todos os sacramentos e multiplos retiros de oração; talvez precisamente por isso decidi há anos que esta igreja não era a minha.
Nem esta nem nenhuma, já agora! Isto porque cheguei à conclusão de que a parte espiritual esbarra e desmorona-se de cada vez que se institui.
Não obstante, sempre tive um profundo respeito pela igreja e sobretudo por aquele Homem fabuloso que tomou para si o nome de João Paulo II, numa clara provocação ( no meu entender) aos responsáveis pela passagem fugaz do seu antecessor pela Cúria. Adiante...

A questão da pedofilia na igreja católica tem tomado contornos tão sórdidos que me pergunto que igreja sairá de tudo isto.

A pedofilia não é apenas um pecado - e já agora presumo que mortal, não? . É um crime!

Os padres antes de serem padres são cidadãos e como tal antes de obdecerem à Lei Canónica respondem perante a Lei Civil como todos nós! Os crimes que chegaram a praça pública , na sua maioria já prescreve, dizem os homens de leis. Como se as dores e as cicatrizes das vítimas alguma vez prescrevam!

O silêncio cúmplice, deu guarida a criminosos da pior espécie pois que se, como tantos afirmaram, pedofilia existe em variados sectores da sociedade, neste, especificamente, não podia, de maneira nenhuma, existir. Não porque os padres não sejam homens! Bem pelo contrário: exactamente por que o são! O atentado ao pudor, as violações, o roubo da inocência duma criança são atitudes animais.

Com que autoridade moral, civica ou mesmo religiosa vêm agora os altos dignitários, de ar pesaroso e sofrido, apelar á caridade e ao perdão? Como podem continuar a encarar o silêncio como uma prática de fraternidade e uma maneira de poupar a igreja ao escândalo? Mas afinal a igreja não é a comunidade de crentes? De TODOS os crentes?

O que se salvaguardou, uma vez mais foi a hierarquia, o status quo, a aparência.

Por estas e por outras é que me sinto herética!

terça-feira, 6 de abril de 2010

THE FEVER



De comando na mão e estirada no sofá a fazer um dos meus desportos favoritos - o Zapping - acabei por tropeçar num brilhante telefilme que não encontrei anunciado em parte alguma, a passar na FOX NEXT.
O que me chamou a atenção e me fez parar mais do que os segundos do "salta, salta" foi ter reparado que tinha como protagonista Vanessa Redgrave. Dei por mim a pensar que não recordo ter visto algum filme que me tenha tocado particularmente, dos seus tempos que devem ter sido áureos. Já da fase madura, aquela em que não esconde o cabelo que começa a ficar ralo, as veias salientes e as manchas na pele, gosto de todos.
Parei pois para ver o que dali saia. E o que saiu foi uma das mais espantosas lições de politica económica internacional que alguma vez vi!
Como peguei o programa já em andamento, tive que, posteriormente procurar o título e a restante ficha técnica. Fiquei a saber que se trata dum filme de 2004 realizado por Carlo Gabriel Nero, de quem nunca ouvi sequer murmurar o nome e que conta entre outras interpretações com um curto contributo de Angelina Jolie.
O filme retrata o percurso duma mulher que a dada altura se vê confrontada com a existência de dois mundos: o da sua vida normal, com amigos, uma casa, um emprego bem pago; e um outro o dos marginalizados, dos torturados, que vivem em países onde a ditadura não deixa espaço para a vida tal como ela se habituou e conhece. É o mundo dos pobres!
Neste confronto, que está á distância de algumas horas de voo e a centenas de anos luz num outro planeta, a protagonista perde todas as referências, todas as crenças e é acometida duma febre: a febre de se sentir impotente, de questionar estes dois mundos e a forma como se formaram.
A alguns anos de distância da Grande Crise ( o filme foi feito em 2004), esta reflexo sobre a ira dos pobres que cresce e o terror dos ricos que contratacam para que o seu sistema de vida possa sobreviver, vem colocar em evidência os contornos do terrorismo como a arma dos que nada têm a perder.
A dada altura em diálogo consigo mesma ( grande parte do filme é um monólogo primorosamente interpretado pela Vanessa Redgrave ) questiona o valor do seu trabalho em contraponto com o trabalho da mendiga que lhe estendeu a mão na rua.
“ Mas será que ela nunca trabalhou?” “ Trabalhou, sim sempre que conseguiu. Mas as dezasseis horas do seu trabalho não chegam ao valor de uma”.
Nós começamos por lhes roubar as terras, por lhes semear os ódios, por deixá-los despidos, vazios de afectos, sem mais nada a não ser a raiva e a vida que oferecem , não porque não lhe dêem valor mas ao contrário porque a prezam demasiado para a verem ser esmagada, trucidada por uma economia e uma politica que não entendem e os deixa cada vez mais pobres.